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Nota do Reitor sobre as eleições para os Centros de Área

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publicado: 12/02/2015 17h44 última modificação: 05/07/2022 08h26

Acompanhei com atenção o processo de escolha dos novos diretores e diretoras de Centro de Áreas da Unespar, que aconteceu, ontem, em 5 dos 7 campi. O motivo, conforme já havia detectado há algum tempo, é a importância que os centros desempenham no interior da vida acadêmica e administrativa da universidade. O Centro de Área é o centro da força interna da Unespar.

A Unespar foi criada a partir das antigas Faculdades Estaduais, com seus estatutos e regimentos particulares. Não foi a invenção de um governo, nem de um grupo de pessoas. Foi o resultado histórico da necessária organização que superaria uma série de desajustes e desigualdades no ensino superior do Paraná. Mas, foi criada na aurora da expressão pública dessa onda neoconservadora que ganhou as ruas do Brasil nos últimos anos, desprezando e condenando cada vez mais algumas pequenas conquistas formais e legais de grupos historicamente marginalizados no país. Tinha tudo para ser pressionada a ser uma extensão desse conservadorismo e, graças à capacidade de resistência de diversas forças internas, não só tem resistido, como tem tomado iniciativas para superar esse momento desastroso, que vem acompanhado de constantes ataques à estrutura dos serviços públicos, especialmente no campo da ciência, tecnologia e cultura.

Entre as iniciativas, podem ser citadas, além das políticas para contenção e superação de práticas discriminatórias, machistas, homofóbicas, racistas, a criação de instrumentos internos para ouvir corpo docente, agentes e estudantes e a partir disso, tomar medidas administrativas; o aperfeiçoamento e o efetivo funcionamento da ouvidoria, que, ao tomar medidas únicas para toda a universidade, evita os antigos “usos e costumes” das Faculdades; a publicidade de todos os atos dos conselhos; a política de editais únicos para as políticas de pesquisa e extensão, especialmente; a regularização e centralização de todos legais e os atos de pessoal, outrora em constante descompasso e atrasos; a criação das comissões deliberativas e, principalmente, o exercício das escolhas de representantes e dirigentes, pelo voto, como é o caso dos conselhos superiores, conselhos de campus e centro, diretores de centro, coordenadores de curso e diretores de campus, além, evidentemente, da reitoria.

Se, antes, na maioria das Faculdades, a comunidade universitária participava da escolha dos colegiados e departamentos, além da eleição das direções, com a emergência da Unespar, a comunidade interna passou a opinar mais, seja pelo voto, seja pelos debates proporcionados principalmente pelos temas colocados aos conselhos internos. São seis instâncias deliberativas: Colegiado de Curso, Conselho de Centro, Conselho de Campus, CAD, CEPE e COU. Todas com possibilidade de recursos internos. CAD, CEPE e COU, inclusive, com a possibilidade de debates nas câmaras e comissões.

É uma etapa do seu desenvolvimento. Não é o fim. Mas é um avanço importante se considerarmos que a diferença de prática entre os atuais sete campi, antes de 2012, era visível e inaceitável para instituições de ensino superior, resultado do desprezo, da ausência de planejamento dos diversos governos com relação ao desenvolvimento do Estado e das políticas acomodadas no interior do espontaneísmo e do crescimento “natural”. Isso só foi quebrado com a decisão de 2007, de criarmos, de fato, a Unespar.

Já no estatuto elaborado em 2010, o aparecimento da figura administrativa CENTRO DE ÁREAS DE CONHECIMENTO foi consolidado a partir do credenciamento, em 2013. Com os centros, houve um importante deslocamento de decisões acadêmicas, pois ali é o espaço mediador, deliberativo e executivo de atividades e ações executadas pelos colegiados de curso.

Talvez pela percepção paulatina dessa importância no interior da Universidade, o atual certame para escolha das direções de centro tem sido objeto de maior disputa democrática que os das gestões anteriores, inclusive com números expressivos de votos dos estudantes. Vale lembrar que o diretor, ou a diretora de centro, é membro nato do importante CEPE, que decide, pelo voto, tudo que é relativo a Ensino, Pesquisa, Extensão e Cultura e que necessita de decisão colegiada.

Os processos de escolhas de dirigentes e conselheiros, assim como as práticas universitárias, diferente do espontaneísmo e das “práticas familiares e domésticas” da etapa anterior, exigem um passo à frente nas iniciativas administrativas e políticas dos envolvidos e interessados. Organização, planejamento, elaboração de propostas e programas apresentados à comunidade – que não é mais a mesma de 10 anos antes, prestação de contas, cuidado com os atos, antecipação de fatos que podem prejudicar a gestão dos centros, campi e da Universidade, maior atenção às consequências das decisões são pressupostos indispensáveis para os que se propõem a participar desses espaços.

Entretanto, a energia produzida dos confrontos de ideias, das posições políticas diferentes e dos modos de administrar os espaços, tem proporcionado, na UNESPAR, a formação de novos dirigentes, reduzindo a velha prática patriarcal, quase hereditária, de outros momentos. Da mesma forma, o exercício de tomar decisões e responsabilizar-se por elas, seja nos 72 colegiados dos cursos, nos 15 centros ou nos conselhos, reduz a prática carcomida dos constantes dedos em riste de apontar falhas sem apontar soluções. Ninguém pode dizer que na Unespar não há espaços para se expressar e interferir, ainda que num modelo de participação que imita a democracia burguesa.

De qualquer forma, não tenho dúvidas de que só desejam o retorno dos modelos anteriores, os que não suportam o conflito e as contradições na vida, próprios dos humanos mais desenvolvidos.

Desta forma, minha saudação aos que tem coragem de assumir, conosco, a gestão da Unespar.

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