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Egressos cursam mestrado no exterior e reforçam qualidade dos cursos da Unespar

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por Denise Ligmanovski publicado: 13/09/2023 14h29 última modificação: 13/09/2023 14h29

Estudar fora do país é o sonho de muitos jovens que estão finalizando os estudos ou iniciando na vida profissional. Mas as chances não são as mesmas na vida de todos/as e os caminhos vão se definindo em cada caso. Para dois egressos da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), campus de Curitiba I/Embap, o sonho foi alcançado e os dois comemoram as conquistas pelas vagas em cursos de mestrado no exterior.

Um dos ex-alunos é Hudson Diogenes Muller, de 35 anos, de Maravilha (SC), que tem a maior parte de sua formação musical adquirida na Unespar, seja como aluno e até como docente, por cerca de sete anos no campus de Curitiba II/FAP. Hudson possui duas graduações: bacharel em Saxofone e licenciatura em Música, ambos cursados no campus de Curitiba I/Embap, além da especialização em Educação Musical, também feita na Unespar, entre vários outros cursos. Atualmente, Hudson está fazendo um mestrado, dessa vez na Universidade Texas A&M University, na cidade de Commerce, no Texas, Estados Unidos.

O outro egresso é Mário Henrique Rasoto Batista, 23 anos, de Tunas do Paraná (PR), bacharel em Instrumento (viola), também no campus de Curitiba I/Embap. Atualmente, Mário está estudando Mestrado em Performance em Viola, na Universidade da Dakota do Norte, também nos Estados Unidos, que é referência na área. A aproximação com a Unespar veio já no ensino médio, que cursou no Colégio Estadual do Paraná, em Curitiba. Nessa época ele atuou como músico convidado na Orquestra Sinfônica da Unespar.

Hudson vem de uma família envolvida com a área musical, com avós músicos, e o pai sendo dono de uma escola de música e maestro de banda marcial. O contexto fez com que Hudson sempre tivesse contato com grandes professores e a oportunidade de experimentar vários instrumentos. “Então, meu envolvimento com a música foi um processo natural, até mesmo quando ingressei no mercado de trabalho, mas sempre desejando fazer uma faculdade de música, que era meu sonho”, lembra.

No caso de Mário, o primeiro contato com a música ocorreu por meio do projeto sociocultural Cordas do Iguaçu, há dez anos, o que despertou nele a vontade de estudar e se especializar na área, da qual virou até professor. Formado em 2021 na Unespar, o músico se especializou em viola, instrumento que se tornou uma ferramenta de trabalho. Depois de um tempo, Mário voltou a contar com apoio da Universidade, mas, dessa vez, para carimbar o passaporte: “Em 2013, quando ingressei no projeto, assisti a apresentação de um professor tocando viola e eu gostei muito, foi realmente amor à primeira vista. É algo bem incomum porque a maioria inicia no violino e depois de anos passa para a viola. Fui direto para a viola com 13 anos, na época”, conta.

Sem hesitar, Hudson declara que a Unespar teve total influência na vida dele: “Foi um divisor de águas na minha vida porque a Universidade foi onde eu consegui chegar, depois de sair de uma cidade do interior de Santa Catarina e mudar para a capital e ainda me desenvolver. Só tenho a agradecer a Unespar por tudo que consegui fazer e alcançar, porque sempre tentei extrair o máximo que pude como aluno e como professor. Para mim, a Universidade ficará sempre marcada na minha vida, por tudo que construí, pelas amizades que fiz, na época que estudei ou trabalhei lá. Acredito que é isso que guardamos na vida”, expressa. Para o futuro, revela que pretende emendar os estudos com um doutorado. “Tenho ciência que não será nada fácil, mas estou feliz por ter passado por todo o processo até agora e tenho consciência que será um período de muito aprendizado que pretendo compartilhar com todos/as”.

Mário afirma com convicção que a Unespar teve papel importante na história de vida dele. Além de estudar a língua estrangeira para a prova, foi preciso aprimorar a técnica musical com a viola: “O apoio da Unespar e de docentes foi fundamental para eu trilhar esse caminho musical, pois dentro da instituição tive a oportunidade de aprender muito, tanto técnica quanto musicalmente. Tive professores/as extremamente capacitados, que sabiam exatamente como me conduzir durante o curso, e também que promoviam oportunidades para os/as estudantes crescerem dentro do ambiente acadêmico. Foi quando decidi que para o meu desenvolvimento musical o melhor seria cursar mestrado em Performance em Viola, na Universidade da Dakota do Norte”, recorda.

Entre os docentes que contribuíram com as conquistas de ambos, está a docente assistente estatutária Consuelo Froehner, do colegiado de Instrumento, do campus de Curitiba I/Embap.

Segundo a docente, ela foi professora do Mário em cinco disciplinas: Música de Câmera I a IV, Didática Musical II, Prática Artística I a IV, Excertos Orquestrais I e II e Prática de Música em Conjunto I. “Como o Mario passou os quatro anos do curso tendo várias disciplinas na minha classe, naturalmente ouvi seu repertório do recital de TCC e contribuí com as orientações, além de ter sido membro da banca de TCC”, conta. No caso do Hudson, a participação de Consuelo foi menor, sendo docente apenas nas disciplinas de Prática Artística I a IV.

Outra influência grande na vida dos egressos foi de Clenice Ortigara, docente do campus de Curitiba I/Embap. A professora tem mestrado, nos Estados Unidos, na área de Colaboração Pianística, que a permite trabalhar com outros instrumentos e vozes, ou trabalhar com instrumentos de sopro, de cordas e cantores com os mais variados timbres. Clenice é uma das poucas docentes do sul do país com essa habilitação.

A docente classifica Mário como aluno exemplar, “com uma disciplina extrema e que tem todos os méritos de seguir em frente, porque foi um aluno comprometido com os instrumentos e com as aulas e que terminou o curso regular em quatro anos, o que não é comum”, revela complementando que é muito raro, por exemplo, “ter uma turma de vestibular com 5 ou 10 violistas, geralmente aparecem uns dois a cada dois ou três anos, ou seja, são pouquíssimos/as candidatos/as que se inscrevem para esse curso”.

A docente lembra que o violista Mário veio de um projeto social muito respeitado da cidade dele, uma cidade pequena, com alto índice de criminalidade, “o que evidencia a construção de uma bela trajetória até onde ele já chegou”, diz.

A história de Hudson não foi tão próxima a Clenice, mas ela o classifica como um “grande instrumentista que vai levar o nome da Unespar para fora do país. Assim que terminam os estudos, muitos já têm trabalho garantido nos Estados Unidos, o que é mérito da Unespar e do campus de Curitiba I/Embap, que oferecem especialidades únicas no Paraná, tornando-se um grande diferencial, no sul do país, com todos os instrumentos e professores altamente capacitados, vencedores até de concursos internacionais”, considera.

 Orgulhoso de sua trajetória, Mario conta que “durante o bacharelado, fui incentivado por diversos/as docentes a continuar me qualificando. Desde criança sonhava em viver no exterior, em outra cultura. Durante um festival de música na França, tive a oportunidade de conhecer um excelente professor, Alejandro Drago, docente da Universidade da Dakota do Norte, e que após o primeiro contato, percebi que seria uma ótima oportunidade para meus estudos. Me candidatei e fui aprovado com uma bolsa integral. E hoje estou vivendo o meu sonho aqui nos Estados Unidos.

Hudson se mostrou empolgado com a nova realidade. “Meu mestrado tem a ver com as bandas marciais. Sempre via as bandas marciais dos Estados Unidos, ficava curioso pela tradição muito forte e sempre quis conhecer de perto. Também tive uma aula com uma professora americana no festival de música de Santa Maria, em 2014, que despertou mais ainda o desejo de estudar nos Estados Unidos. Em fevereiro de 2023 comecei a fazer aplicação na Universidade Texas A&M University, na cidade de Commerce, no Texas e fui passando nas etapas de instrumento, de forma online, depois a prova de proficiência de inglês e tudo deu certo até a aprovação. Estou animado em ter a chance de poder tocar nas bandas sinfônicas, big bands ou grupos de saxofones. O meu objetivo é dar continuidade aos estudos do instrumento porque lá é um mestrado em performance em saxofone, então a rotina de tocar saxofone será intensa e essa vivência será muito importante na minha carreira”.