É o projeto de pesquisa “Mudanças Ambientais nas Bacias Hidrográficas do Ivaí e Pirapó via análise multiproxy”, que tem na coordenação o professor Mauro Parolin, do colegiado de Geografia. O projeto entrou em vigor em março e terá duração até março de 2027.

 Segundo o docente, “a análise terá como base a recuperação, identificação e quantificação de microfósseis (fitólitos e espículas de esponjas), além dos isótopos estáveis da matéria orgânica do solo.”

 Mauro esclarece que os levantamentos trarão informações sobre as mudanças ambientais no Estado, “principalmente aquelas relativas ao final do Pleistoceno e durante o Holoceno, ocorridas entre 18.000 a 10.000 mil anos atrás”.

E completa explicando que os resultados poderão dar mais detalhes sobre a origem da atual distribuição vegetal paranaense, condições paleoclimáticas e alterações ambientais. “Esse conhecimento é importante para o planejamento/modelagem ambiental, estudos de conservação/preservação, entre outros”, revela.

A pesquisa, conforme o coordenador, “além de operar como um qualificador/quantificador das alterações antrópicas, também servirá como fator ambiental a ser observado quando do uso de água.”

De forma objetiva, a equipe fará a coleta e análise dos sedimentos depositados ao longo de milhares de anos na planície e na lagoa, para ver se houve alterações e, de acordo com as mudanças verificadas, estabelecer se houve interferência climática.

O docente cita, como exemplo, a presença de microplásticos nas amostras: “Microplástico é um problema global, nós o estamos estudando nas mais diversas facetas (ar, água e sedimento). Caso a gente encontre microplásticos a 30 centímetros de profundidade, significa que já temos grande interferência do homem e, a partir desse dado, conseguiremos calcular o quanto de material antropogênico entrou na planície ou ainda desde quando a planície está sendo afetada pelo homem”, reflete.

A proposta agrega também pesquisadores de mais quatro universidades além da Unespar, campus de Campo Mourão: Universidade Estadual de Maringá (UEM), Universidade Tecnológica Federal do Paraná de Campo Mourão (UTFPR/Campo Mourão), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ/São Gonçalo) e uma da Argentina (Universidad Nacional de Mar del Plata).

Recentemente, o projeto foi aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e irá receber uma Bolsa Produtividade em pesquisa pelo período de três anos.

O objetivo da chamada é valorizar pesquisadores que possuam produção científica, tecnológica e de inovação de destaque em suas respectivas áreas do conhecimento; incentivar o aumento da produção científica, tecnológica e de inovação de qualidade; selecionar projetos de pesquisa que sejam propostos considerando o rigor e o método científico, bem como outros conceitos fundamentais para a produção do conhecimento científico.