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Estudantes de Paranaguá e União da Vitória votam pela desocupação

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publicado: 12/02/2015 17h44 última modificação: 05/07/2022 08h25
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Campus de Paranaguá já está desocupado

O movimento de ocupação dos estudantes da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) dos campi de Paranaguá e União da Vitória decidiu pelo fim do movimento. As deliberações são resultado do diálogo entre a gestão da universidade com o movimento. Com isso, as atividades das unidades voltam a operar normalmente.

O reitor, professor Antonio Carlos Aleixo, salienta fundamental a prática de esgotar todas as formas de diálogo, antes de apelar para medidas judiciais. “Essa prática evidencia a coerência com a história da Unespar, que se caracteriza pela participação, respeito às decisões colegiadas e por políticas inclusivas”, afirma.

A reitoria propôs ainda que o Conselho de Campus das unidades ocupadas debatessem o assunto. “A nossa preocupação é respeitar a decisão de cada campus que é a instância capaz de avaliar a situação local. Por isso, sugerimos que os conselheiros se manifestassem e a maioria reconheceu a legitimidade do movimento”, cita Aleixo.

Uma pauta unânime dos estudantes é a liberação de mais verba para o custeio da universidade e o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, se comprometeu em repassar, ainda este ano, R$ 3 milhões para o orçamento da Unespar.

Campus de Paranaguá
O campus de Paranaguá que ficou ocupado por 44 dias já retoma as atividades neste sábado, 26. Em nota pública, os estudantes destacaram que a “luta e resistência é para evidenciar o descaso com a educação e com as universidades públicas do Paraná”.

Além disso, expuseram que o “Movimento Ocupa Unespar do campus de Paranaguá coloca como fator principal o sucateamento do campus, campus esse que não promove nenhuma condição digna para a comunidade acadêmica”.

A decisão pela desocupação ocorreu após negociação realizada em reunião na quinta-feira, 24. O pró-reitor de Gestão de Pessoas, professor Sydnei Kempa, esteve com os estudantes representando a reitoria. Na ocasião, foram tratadas as pautas específicas sobre a estrutura do campus e assinado um termo de compromisso.

Os estudantes apresentaram como emergenciais a necessidade de reforma da parte externa do forro do bloco C, troca dos bebedouros, limpeza geral e dos entulhos do campus. Como ressaltado, “a sujeira não concerne ao movimento de ocupação e sim da responsabilidade da administração local do campus”. Assim, sugeriram a compra de uma lavadora de alta pressão para auxiliar na limpeza e também pediram apoio para que a reitoria auxilie no diálogo com as autoridades municipais e estaduais para a garantia do transporte aos alunos do município de Antonina.

Já as pautas de médio prazo são o término da reforma do bloco A e do auditório do bloco C, bem como a participação discente na elaboração do edital de licitação da cantina.

Campus de União da Vitória
Os atendimentos e atividades do campus de União da Vitória serão regularizados a partir de segunda-feira, 28. Resultado do constante diálogo entre a direção do campus e o movimento, algumas atividades administrativas funcionavam parcialmente e na terça-feira, 23, os setores passaram a operar integralmente.

Antes de definir pelo fim da ocupação, o movimento estudantil dialogou com a direção e reitoria quando apresentou as reivindicações. Referente à reestruturação do campus, os estudantes pedem a manutenção dos laboratórios, término do bloco novo, implantação de elevador e melhorias na brinquedoteca.

O diretor, Valderlei Garcias Sanches, informou que as solicitações já estão previstas e serão contempladas assim que liberado o recurso de R$ 1,5 milhão previsto ao campus a partir de emendas parlamentares.

Os estudantes querem que a universidade trate sobre a adesão ao sistema de cotas sociais e raciais para o ingresso na instituição e que efetue um maior enfrentamento ao preconceito dentro da universidade, principalmente ao racismo, machismo e homofobia.

O reitor argumentou que há uma preocupação da gestão em promover debates sobre políticas de ações afirmativas. Portanto, os assuntos citados pelos estudantes ganharão maior atenção a partir do próximo ano e possibilitarão tomar providências efetivas, principalmente, no enfrentamento a preconceitos e violências.

Sanches se comprometeu ainda a reestruturar a Divisão de Assuntos Estudantis do campus com a indicação de responsável para atender as demandas dos acadêmicos. Além disso, outra pauta foi que se discuta a possibilidade de implantação de restaurante universitário para o campus.

Moção de reconhecimento
O cenário institucional motivou o Conselho Universitário da Unespar a elaborar e aprovar uma moção de apoio e reconhecimento ao movimento estudantil na última sessão, realizada no dia 10 de novembro, em Campo Mourão.

No documento, é destacada a relevância das pautas e que os estudantes possuem o direito de se manifestarem. Para o órgão, os estudantes também demonstram amadurecimento e atitude cidadã ao se envolverem em causas de interesse coletivo.

Os conselheiros, representantes de todos os campi, escreveram que rechaçam qualquer tipo de perseguição aos estudantes em ocupação. Da mesma forma, o reitor repudia todas as formas de discriminação e constrangimento destinadas aos manifestantes e lamenta os casos ocorridos nas redes sociais por parte de alguns colegas da academia.